22 de janeiro de 2015

Jardim de infestantes | Weed Garden

Ora então muito bom dia a todos,
 
2015 chegou e tenho cá um palpite que vai ser um pouco melhor que 2014....
Bem, pelo menos espero que seja.
 
E vou começar o ano partilhando convosco uma ideia antiga que tenho. Tão antiga quanto o Jardim de Proximidade que já vos apresentei neste blog.
 
Da mesma forma que as plantas da horta podem ter um lugar de destaque nos nossos jardins, atribuindo-lhes uma dupla função decorativa, também algumas plantas infestantes - as chamadas ervas daninhas - são suficientemente belas para serem dignas de um lugar especial.
 
Desde que iniciei a minha formação em paisagismo, que me debruço sobre a questão das infestantes nos jardins, por entender que é uma forma de adaptar ao nosso dia a dia aquilo que a natureza nos dá, ao invés de insistirmos num combate muitas vezes condenado ao insucesso.
 
Por infestantes, entendemos todas aquelas plantas que se desenvolvem num espaço semeado/plantado (jardim, horta, pomar ou outro), sem que sejam desejadas.
Considerando a robustez, rusticidade e resiliência deste grupo de plantas, que insistem em permanecer nos locais que "escolhem" para se desenvolver, então porque não aproveitá-las a nosso favor, construindo um Jardim de Infestantes?
Este é um desafio diferente, que pretendo apresentar-vos já de seguida.
 
Por norma, as infestantes são plantas que necessitam de pouca/nenhuma manutenção, na medida em que se adaptam perfeitamente ao local onde vivem, dispensando cuidados como a rega, a adubação ou as podas - logo, são amigas do ambiente!
 
O principal cuidado que deveremos ter é a disseminação, uma vez que estas plantas são versáteis e prolíferas, quando se trata de propagar a sua espécie.
 
Então e que infestantes merecem a nossa atenção, perguntarão vocês?
 
Cada um de nós por certo encontrará na sua área de residência inúmeras espécies elegíveis. No entanto, apresento-vos uma relação minimalista de algumas infestantes de genuína beleza que poderão ser usadas em jardins naturais ou naturalizados:
 
- Beldroega (Portulaca oleracea): de folhagem carnuda e cor verde vivo, é perfeita para exercer uma função atapetante de recobrimento do solo (também é comestível).
  
- Cabelo-de-cão (Poa annua): herbácea com um aspeto delicado. Se num relvado pode causar graves complicações devido aos tufos difíceis de eliminar, num jardim pode ser usada em canteiros ou mesmo em alinhamentos e bordaduras, demarcando limites.  
  
- Corriola (Convolvulus arvensis): planta herbácea, com características trepadeiras e atapetantes. Ideal para recobrimento de muros, paredes e até mesmo de pérgulas. As suas flores brancas destacam-se em qualquer espaço verde. 
 
- Dedaleira (Digitalis purpurea L.): planta lenhosa ou semi-lenhosa, também conhecida como "campainhas", devido à forma das suas flores rosadas ou brancas. O seu porte marcadamente vertical torna-a interessante para utilização em bordaduras e maciços, mas o seu uso deve ser acautelado, dada a toxicidade das suas flores.
 
- Erva-moira (Solanum nigrum): planta herbácea, da família das solanáceas, disseminada um pouco por todo o território nacional (Portugal). De um verde escuro ótimo para contrastes no jardim, apresenta delicadas flores brancas que originam bagas pretas, com as quais é necessário ter algum cuidado, dada a sua toxicidade.
 
- Junça (Cyperus rotundus): planta herbácea, multiplicada essencialmente através de tubérculos e rizomas, bastante resistente a temperaturas extremas e adaptada a regiões de clima quente. Também suportam bem o alagamento/encharcamento dos solos. Podem ser colocadas à beira de pequenos lagos. 

- Madressilva (Lonicera sp.): trepadeira semi-lenhosa, ideal para recobrimento de muros, paredes e pérgulas. As suas flores tubulares podem ser de cor branca, amarelada ou rosada e são extremamente perfumadas.

- Papoila (Papaver rhoeas): herbáceas que quase dispensam apresentação! Adaptam-se muito bem a locais quentes, com as lindas flores vermelhas a serem responsáveis pela disseminação da espécie, via seminal.
 
- Silva (Rubus sp.): estas plantas semi-lenhosas têm uma função trepadeira por excelência, pelo que se adaptam bem ao recobrimento de muros e paredes. Paralelamente, podem ser usadas como sebe, uma vez que os seus espinhos dissuadem potenciais invasores de as atravessarem.
As silvas têm ainda a particularidade de produzir pequenos frutos comestíveis ("amoras"), que derivam de flores brancas ou rosadas, presentes em grande número nos ramos de fruto. 

- Trevos (Trifolium sp.): os trevos são, porventura, uma das famílias infestantes mais conhecida da população. São leguminosas herbáceas, que surgem em terrenos férteis, frescos e húmidos, e as suas flores de cor branca, roxa, vermelha ou amarela fazem dela uma escolha inteligente, quando pretendemos escolher uma planta para recobrimento do solo ou suporte de encostas.

- Bule-bule ou pandeirinha (Briza minor/maxima): herbáceas da família das poáceas, que podemos encontrar em praticamente todos os matagais de caraterísticas mediterrânicas, bem como em searas e locais predominantemente secos. As suas flores resultam em pequenas "campainhas", muito utilizadas como ornamentais em arranjos de flores secas.
Embelezam os jardins, com a sua leveza e graciosidade ao vento.

- Tremoço/Tremocilha (Lupinus sp.): estas leguminosas, famosas pelos seus frutos, são bastante atraentes e adaptam-se bem a qualquer jardim de solo ácido e fértil. As suas flores roxas (precursoras dos tremoços comestíveis, depois de devidamente cozidos e conservados) ou amarelas (tremocilha) dão cor viva e ajudam a alegrar os espaços verdes.




    Nota: A autoria das imagens desta tabela não me pertence, uma vez que foram recolhidas on-line, em  diferentes sítios.

Estas são apenas algumas sugestões, pelo que deixo à vossa consideração a pesquisa local de outras possibilidades. Não se esqueçam no entanto, que algumas das espécies exóticas existentes são invasoras, pelo que a sua introdução/disseminação está perfeitamente desaconselhada no território nacional.

Apesar destas espécies serem ótimas para a utilização em jardins, é preciso não esquecer que enquanto infestantes que são, facilmente invadem e colonizam espaços que não lhes pertencem.

Assim, convém sempre fazer uma escolha criteriosa dos locais para a sua colocação, tendo o cuidado de os delimitar com recurso a barreiras físicas, como os perfis metálicos enterrados, os muros, diferentes pavimentos e coberturas de solo e quaisquer outros que sejam necessários. 
A grande vantagem é que certamente resultarão em jardins muito bonitos, originais e em tudo diferentes dos restantes. O ambiente também agradece, pois reduzem-se bastante as intervenções (físicas e químicas) no espaço, assim como os consumos energéticos, de mão de obra e hídricos.

E agora, ficaram com vontade de aceitar este desafio e projetar um Jardim de Infestantes? Aposto que sim!!!

Não se esqueçam que a primavera vem aí e deitem mãos à obra.
Partilhem comigo/connosco as vossas escolhas e ideias...fico a aguardar!



Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...






Now then, very good morning to you all,

2015 has come and I have a hunch it will be a little better than in 2014 ....
Well, at least I hope it will.

And I will start the year by sharing with you an old idea of mine. As old as the
Proximity Garden that I have presented here, in this blog.

Just as vegetable plants may have a prominent place in our gardens, giving them a double decorative function, also some weeds are sufficiently fine to be worthy of a special place.

Since I began my training in landscaping, that I dwell on the issue of weeds in gardens, understanding that is a way of adapting to our day to day what nature gives us, rather than insisting a fight often doomed to failure.


By weeds, we understand all those plants that grow in a space sown / planted (garden, vegetable garden, orchard or otherwise), without being desired.

Considering the strength, hardiness and resilience of this group of plants, who insist on staying in places they "choose" to develop in, why not take advantage of them in our behalf, building a Weed Garden?

This is a different challenge, that I want to present to you now and then.

In general, weeds are plants that require little / no maintenance to the extent they adapt perfectly to where they live, dispensing care as watering, fertilizing or pruning - so are environmentally friendly!

The key is that we should take care dissemination, since these plants are prolific and versatile when it comes to propagate their species.

So that weeds deserve our attention, will you ask?


Each of us will surely find in our area many eligible species. However, I present you a minimalist list of some genuine beautiful weeds, that can be used in natural or naturalized gardens:

- Purslane
(Portulaca oleracea): fleshy and bright green color foliage, is perfect for soil covering (and is also edible).

- Dog-hair
(Poa annua): herbaceous with a delicate look. If in a lawn, can cause serious complications due to its difficult removing tufts, but in a garden can be used in flower beds or even alignments and borders, demarcating boundaries.

- Morning Glory (
Convolvulus arvensis): herbaceous plant with vines and covering features. Ideal for covering walls and pergolas. Its white flowers stand out in any green space.

   
- Foxglove (Digitalis purpurea L.): ligneous or semi-ligneous plant, also known as "bells" due to the shape of their white or pink flowers. Its markedly vertical aspect makes it attractive for use in borders and massive, but its use must be managed, given the toxicity of the flowers.

- Yerba moira (
Solanum nigrum): herbaceous plant of the solanaceae family, spread all over the country (Portugal). Its dark green colour is great for contrasts in the garden  and it features delicate white flowers originating black berries, with which you must have some caution, given its toxicity.

- Sedge
(Cyperus rotundus): herbaceous plant, multiplied mainly through tubers and rhizomes, very resistant to extreme conditions and adapted to hot climate regions temperatures. Also supports the flood / waterlogging of soils. Can be placed on the edge of ponds.

- Honeysuckle (
Lonicera sp.): Semi-woody vine, ideal for covering walls, fences and pergolas. Its tubular flowers can be white, yellow or pink colored and are extremely fragrant.

- Poppy
(Papaver rhoeas): this herbaceous plant almost dispense presentation! They adapt very well to hot climates, with beautiful red flowers to be responsible for the spread of the species, by seminal route.


- Brambles (Rubus sp): these semi-woody plants have a climbing function par excellence, and are well suited for covering walls. At the same time, they can be used as hedge, since their spines dissuades potential intruders from crossing.
The brambles still have the particularity to produce small edible fruit ("berries"), arising from white or pink flowers, present in large numbers in fruit branches.

- Clover (
Trifolium sp.): Shamrocks are perhaps one of the best known families weed population. They are leguminous herbaceous, which often appear in fertile, fresh soil and wetlands, and their white, purple, red or yellow flowers make it a smart choice, when we want to choose a plan for soil cover or slopes support.


- Quaking grass (Briza minor / maxima): Family of herbaceous grasses, which can be found in virtually every thickets of Mediterranean features, as well as crops and mainly dry locations. The flowers result in small "bells", widely used as ornamental in dried flower arrangements.
Beautify the gardens, with its lightness and grace in the wind.

- Lupine / Yellow lupine (
Lupinus sp): these pulses, famous for its fruit, are quite attractive and adapt well to any soil acid and fertile garden. Its purple flowers (precursor of edible grains, after being cooked and preserved) or yellow flowers (yellow lupine) give vivid color and help to brighten up green spaces....
 
 
 
 
Note: The authorship of the images in this table does not belong to me, since they were collected online, at different sites.
 
These are just some suggestions, so I leave to your consideration the local search for other possibilities. Do not forget however, that some of the existing exotic species are invasive, so its introduction / spread is perfectly discouraged in the country.

Although these species are great to use in gardens, one must not forget that they are weeds, that easily invade and colonize áreas where they do not belong to.

So, whenever it is appropriate, a careful choice of locations for the
placement should be made, taking care to delimit them, using physical barriers such as metal profiles buried, walls, pavement and cover crops soil coverings, and any other necessary ones.

The big advantage is that it will certainly result in beautiful, unique and different from all other gardens. The environment is also grateful, because they quite reduce interventions (physical and chemical), energy and water consumption as well as labor.

And now, are you willing to design a Weed Garden? I bet you do!!!
 Do not forget that spring is coming and go back to work.
 Share with me / us your choices and ideas ... I look forward to read them!




Cuca
I'm waiting for your comments! Feel free ...



 

5 de novembro de 2014

Recursos hídricos | Water resources

Bem vindos de novo a este meu/nosso espaço de reflexão.
 
Hoje andava eu para aqui a pensar na vida (de vez em quando acontece...) e dei comigo a refletir acerca da questão da água.
 
Sim, porque isto de ter água a sair das torneiras é um verdadeiro luxo...
 
Em quantos locais do mundo a população tem de se deslocar a pé a quilómetros de distância para ir buscar água apenas para beber e cozinhar!
Em quantos locais do mundo a população sofre de desidratação e problemas de saúde associados, "apenas" porque não tem acesso a um bem essencial tão precioso!
 
E que fazemos nós com a riqueza que é ter água disponível para as necessidades diárias?
 
Com certeza que cada um de nós terá uma resposta a esta questão - que não deve diferir muito de uns para outros - mas no essencial não sabemos responder.
E não sabemos responder, porque não sabemos de onde vem nem para onde vai a água que usamos.
Consequentemente, acabamos por utilizar os nossos recursos hídricos de formas por vezes pouco racionais ou mesmo inconsequentes.
 
Em última análise a água é como um filho, que não é totalmente nosso, mas que devemos cuidar com empenho e carinho e preservar para entregar ao mundo o melhor que pudermos (pelo menos é esta a minha leitura enquanto mãe...).
 
E nesta perspetiva, de onde vem a água que consumimos? Para onde vai depois de deixar a nossa casa? Quais os tratamentos a que será sujeita antes de retomar os cursos dos rios? (pressupondo que será sujeita a tratamentos...).
E o que podemos nós fazer, enquanto consumidores esclarecidos, para evitar consumos inúteis/desnecessários ou contaminações domésticas?
 
Bem, em primeiro lugar quero mostrar-vos uma imagem que chegou até mim via facebook (infelizmente não sei a quem atribuir os créditos...) e que ilustra um pouco desta preocupação:
 
 
 
 
Com uma certa ironia, é verdade, o autor desta ilustração coloca-nos perante uma questão bastante pertinente: porque não aproveitarmos a água das chuvas para posteriormente usarmos, na rega de plantas e jardins, por exemplo.
 
O uso que fazemos da água pode - e quanto a mim deve - estar intimamente ligado com a sua origem. Senão vejamos:
  • Certos usos - como as regas e as descargas de autoclismo - não requerem água potável, pelo que podemos perfeitamente aproveitar as águas das chuvas e as chamadas "águas cinzentas", resultantes das lavagens das mãos, para estas finalidades.
  • Da mesma formas, as águas das chuvas, devidamente acondicionadas em reservatórios higienizados, podem ser usadas nos banhos diários e reutilizadas mais uma vez nas descargas de autoclismo.  
  • Lavar o carro ou a entrada de casa/passeios, também não requer água tratada e também aqui as águas das chuvas podem ser aproveitadas.
 
E para onde vai a água que utilizamos em casa?
 
Na maioria dos casos segue para esgotos e saneamento e posteriormente para ETAR's.
E aqui se coloca outra questão: como devemos "enviar" essa água?
 
  • Evitemos que esta siga com resíduos sólidos (para além dos óbvios!), como cotonetes, plásticos diversos, metais,..., que dificultam o tratamento da água.
  • Por outro lado, não nos esqueçamos que os óleos usados na cozinha não devem ser eliminados através dos esgotos, mas sim colocados em contentores apropriados para o efeito e distribuídos por vários locais das povoações. A contaminação que provocam na água é de proporções catastróficas!
E nos casos em que não existe saneamento ou ETAR's, o cuidado deve ser redobrado! Não esquecer que essa água volta aos rios e às nuvens sem qualquer tratamento e o ciclo da água diz-nos que a seguir volta aos nossos lares e ao nosso convívio...
 
Nos nossos jardins, temos o poder de fazer escolhas racionais que nos permitem reduzir o consumo de água. Essas escolhas passam essencialmente pela escolha de plantas autóctones ou adaptadas às condições climatéricas locais, evitando regas constantes.
 
Ponderem bem na utilização de depósitos para recolha da água da chuva, já disponíveis em muitas superfícies comerciais, ou que podem ser feitos recorrendo a materiais que tenhamos disponíveis. Os antigos tanques de rega são ótimas opções, bastando para o efeito canalizar as águas das caleiras para estes depósitos.
 
A questão da poupança de água não se prende apenas com questões económicas (embora também estas sejam relevantes), mas essencialmente com questões ambientais a que devemos estar cada vez mais atentos, enquanto cidadãos conscientes.
 
Pensem um pouquinho nisto e, se uma só pessoa alterar um pouco os seus hábitos, então esta reflexão já valeu a pena...
 
E aproveitem agora, pois o São Pedro abriu as suas torneiras!!!
 
 
Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...
 
 
  
  
Welcome new to this my / our space for reflection.

Today I was here thinking about life (it occasionally happens...) and I found myself reflecting on the water issue.

Yes, because having water coming out of taps is a real luxury ...

In how many places around the world population has to travel, on foot, for miles to fetch water only for drinking and cooking!
In how many places around the world population suffers from dehydration and associated health problems, "just" because they do not have access to an essential commodity so precious!

And what do we do with the wealth that is to have water available for daily needs?

Surely each of us will have an answer to this question - which should not differ much from one to another - but essentially we do not know the answer.
And we do not now the answer because we do not know where it comes from or where it goes the water we use.
Consequently, we end up using our water resources in ways that are seldom rational or even inconsequential.

Ultimately, water is like a child that is not entirely ours, but we must take care with commitment and caring and preserving to deliver to the world the best we can (at least this is my reading as a mother ...).

And in this perspective, where does it come the water we consume? Where does it go after leaving our house? What are the treatments it will be subjected to, before resuming the courses of the rivers? (assuming that it  will be subjected to treatments ...).
And what can we do, as clarified
consumers, to avoid unnecessary / unneeded household consumption or contamination?

Well, first I want to show you an image that came to me via facebook (unfortunately I do not know to whom to assign the credits ...) that illustrates some of this concern:
 
 
 

 With a certain irony, indeed, the author of this illustration presents us with a very pertinent question: why not take advantage of rainwater for later use to watering plants and gardens, for example.

Our use of water can - and in my opinion should - be intimately connected with its origin. Consider this:

Certain uses - such as watering and discharge of flush - do not require potable water, so we can fully harness the rain water and the so called "gray water", resulting from the washing of hands, for these purposes.
• In the same ways, the rainwater, properly packed in sanitized containers can be used in daily baths and reused again in discharges of flush.
Washing the car or driveway / walks, also does not require treated water, and here too the rain water can be harnessed.

And where does it go, the water we use at home?

In most cases follows sewage and sanitation and then to WWTP.

And here arises another question: how should we "send" this water?

Let us avoid sending it with solid waste (apart from the obvious!), as swabs, various plastics, metals, ..., hampering water treatment.
On the other hand, let us not forget that the oils used in the kitchen should not be disposed through the sewers, but placed in containers appropriate  for this purpose and distributed along the villages. The contamination that causes in the water is catastrophic!

And where there is no sanitation or sewage treatment plants, this care should be higher! Do not forget that this water goes back into the rivers and clouds without any treatment and the water cycle tells us it will be back to our homes and our living ...

In our gardens, we have the power to make rational choices that allow us to reduce water consumption. These choices are essentially the choice of native plants or adapted to local climatic conditions, avoiding constant watering.

And consider the use of tanks for collection of rain water, already available in many retail outlets or which can be made using materials that we have available. The ancient irrigation tanks are great choices, simply by
channeling to these deposits the water from the roofs .

The issue of water conservation is not just about economic issues (although these are also important), but mainly about environmental issues that we must be increasingly vigilant about, while conscious citizens.

Think a little bit about it, and if only one person slightly change their habits, then this reflection was worth it ...

And now enjoy, because St. Peter opened its taps !!!



Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...
 
 
   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Planta do dia - Medronheiro | Strawberry tree

Bom dia a todos!
 
E com o regresso do outono, também eu estou de volta....
 
Confesso-vos que as estações quentes, em especial o verão, me enchem de inatividade e preguiça (xiiiuuuuu...não contem a ninguém, é segredo...). Talvez por isso me tenha ausentado daqui por uns tempos. Também porque o tempo nem sempre é o que dele queremos fazer e a vida tem vontade própria...felizmente!
 
Mas agora com os dias mais fresquinhos e as cores mais brilhantes (sim, que os vermelhos, os castanhos e os dourados das folhas senescentes brilham nos dias pardos de outono...), eu voltei para partilhar convosco um pouco do meu - e do nosso - landscaping.
 
E regresso com uma planta do dia. Uma planta que me é especialmente querida.
Uma planta que resiste ao calor e ao frio, ao bom e ao mau trato, às pragas e às doenças com que a natureza a confronta - o Medronheiro (Arbutus unedo).
 
 
 
 
 
Conhecido por poucos, o medronheiro é uma planta originária da região mediterrânica, onde se desenvolve com grande vigor e longevidade.
Pertence à família das Ericáceas e apresenta-se na forma de arbusto ou pequena árvore, com folhagem perene, verde escura e brilhante. Os seus frutos - os medronhos - têm cores que vão do verde até ao vermelho intenso, passando pelo amarelo e pelo cor de laranja, à medida que vão amadurecendo.
 
São plantas espontâneas, bastante resistentes ao ensombramento típico das matas mediterrânicas, bem como ao stress hídrico dos períodos quentes de verão. As suas preferências edáficas recaem em solos de montanha, mas toleram a maioria dos solos pobres do nosso país. Resistem bem às geadas e a grandes amplitudes térmicas.    
 
E se olharmos à nossa volta nestes dias de outono (especialmente os que vivem em zonas rurais), é quase certo que o encontramos num ou noutro jardim ou numa mata ou ainda numa orla agrícola ou florestal esquecida.
 
E que lindos são!
 
Nesta altura do ano, os medronheiros estão em fruto e as suas cores fazem vibrar qualquer espaço verde, pois destacam-se das restantes a olhos vistos. As flores brancas aparecem em simultâneo e compõem lindos ramalhetes.
O medronho é um fruto comestível, pelo Homem e restantes animais, e o seu uso está intimamente associado ao fabrico da famosa aguardente de medronho.
 
Na natureza a sua presença assume particular importância, pois os seus frutos asseguram alimento a pássaros e outros animais das matas e jardins, numa altura em que o alimento começa a rarear.
 
Em paisagismo o seu interesse é indiscutível, mas nem sempre reconhecido. Lamentavelmente ainda é tido como um "primo pobre" e as suas caraterísticas não são devidamente apreciadas.
É excelente para utilizar em jardins de baixa manutenção, próximos de espaços frequentados pelas crianças e em matas em regeneração, pois não só é de fácil cultivo e adaptação, como também devolvem a essas matas a sua fauna local.
 
E nos jardins de proximidade, bem... aí as possibilidades são imensas...
Tanto podem ser usados em sebes e vedações, como em composições arbustivas, como ainda pontuar um belo relvado ou servir como ponto focal de um jardim.
The sky is the limit....
 
Imaginem-se no vosso jardim de casa, sentados a disfrutar dos últimos dias quentes deste outono e a ler um bom livro. E basta esticar a mão para apanhar um punhado de frutos coloridos e adocicados e fazer o gosto ao dente...
 
E com esta imagem mental de puro prazer me despeço por hoje. 
 
Até à próxima...


Cuca


Fico à espera do seu comentário!!! Feel free...






Good morning everyone!

And with the return of autumn, well I'm back ....

I confess to you that warm seasons, especially summer, fill me with inactivity and laziness (xiiiuuuuu ... do not tell anyone, it's a secret ...). Maybe that's why I've been away from here for a while. Also because time is not always what we want it to be and life has its own will ... thankfully!

But now, with colder days and brighter colors (yes, because the red, brown and gold of senescent leaves, glow in brown autumn days ...), I came back to share with you some of my - and our - landscaping.

And I return with a plant of the day. A plant that is especially dear to me.
A plant that resists heat and cold, good and mistreatment, pests and diseases with which nature confronts it - the Strawberry tree
(Arbutus unedo).


 
   
 
          in: http://www.rotavicentina.com


Known by few, the strawberry tree is native of the Mediterranean region, where it develops with great vigor and longevity.

Belongs to the  Ericaceae family and presents itself in the form of shrub or small tree, with evergreen, dark green and shiny foliage. Its fruits - the strawberry trees - have colors ranging from green to deep red, through yellow and orange as they mature.

They grow spontaneously and are quite resistant to the typical shade of Mediterranean forests, and water stress in hot summer periods. Its soil preferences fall in mountain soils, but tolerates most of the poor soils in our country. Good resistance to frost and extreme temperature ranges.

And if we look around in these autumn days (especially those living in rural areas), we are almost certain to find one in gardens or in the woods or on forgotten farm or forest edge.

And they are beautiful!


In this time of year, the plant has its fruits and their colors vibrate and stand out in every green space, because of their visibilily. The white flowers appear simultaneously and compose beautiful bouquets.
The arbutus is an edible fruit, to Man and other animals, and its use is closely associated with the manufacture of the famous berry brandy.


In nature, their presence is of particular importance because its fruits ensure food to birds and other animals of the woods and gardens, at a time when food starts to thin.

In landscaping its interest is indisputable, but not always recognized. Unfortunately it is still seen as the "poor cousin" and their characteristics are not properly appreciated.
It is excellent for use in low maintenance gardens, frequented by children and in forests regenerating spaces, because not only it is easy to grow and adapt, but also give back to these woods their local wildlife.


And in proximity gardens, well ... then the possibilities are endless ...
Both can be used in hedges and fences, as in shrub compositions, but also punctuating a beautiful lawn or serving as a focal point in a garden.
The sky is the limit ....


Imagine yourself in your home garden, sitting and enjoying this fall last warm days and reading a good book. And just reach out to pick a handful of colorful and sweetened fruits to taste ...

And with this mental image of pure pleasure I say goodbye for now.

Until next time ...



Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

28 de junho de 2014

Jardim do Paraíso - Chahar Bagh | Paradise Garden - Chahar Bagh

Cá estou eu de novo!!!
 
Em primeiro lugar, as minhas desculpas pela "ausência", mas nem sempre o tempo dá para tudo o que queremos fazer, e de repente damos conta que algo ficou um pouquinho para trás...foi sem intenção e tentarei não tornar a fazê-lo...grata pela compreensão.
 
Bom, posto isto, estou de volta!!
 
E desta vez quero começar pelo princípio:
 
Todos os paisagistas começam a sua formação pela análise da paisagem e pela história do jardim, enquanto espaço de lazer jardinado.
 
E começando por este último, quero muito falar-vos do Chahar Bagh.
 
E agora a maioria de vocês está a pensar "passou-se, vai falar em árabe!!!"
Nada disso!
 
Vamos lá então conversar um pouco acerca da origem dos jardins.
 
A palavra inglesa Paradise (traduzida para português como paraíso) teve origem na antiga palavra persa pairidaeza ("pairi" = em redor e "daeza" = parede) e significava jardim murado. Esta designação aparece referenciada na Pérsia (hoje conhecida como Irão) já em 401 A.C.
 
A palavra paraíso entrou assim na linguagem ocidental para designar um jardim murado, ao estilo persa, com bosquetes de árvores e arbustos - como se se tratasse, do jardim ideal e eterno.
 
O Jardim do Paraíso era na sua essência, um espaço geométrico, quadrangular, rodeado por muros, atravessado por quatro canais de água que simbolizavam os quatro rios da vida e contendo (teoricamente) todos os frutos da terra (Jellicoe, 2004).
 
A esta tipologia foi dado o nome de Chahar Bagh. (confesso que ADORO!! dizer esta palavra...)
 
A palavra em si significa "quatro jardins" e aplica-se sempre que estamos perante um jardim dividido em espaços mais pequenos. Cada um destes espaços é designado de chenar e funciona como canteiro. Na interseção entre os quatro rios da vida podemos encontrar a chabutra - um pavilhão, um tanque de água ou um túmulo (como no caso do Taj Mahal).
Cada um dos elementos anteriores aparece sempre numa posição superior aos canais de água e no caso do tanque de água, este funciona como uma fonte de distribuição dessa mesma água.

Curioso mesmo é que os tradicionais tapetes persas são representações deste tipo de jardim, com a sua profusão de cores e plantas, nomeadamente árvores de fruto e flores (onde se destacam as rosas, muito apreciadas pelos persas, nomeadamente na culinária). Outro elemento presente nestes tapetes e nos jardins persas, era a Árvore da Lua, desenhada como uma conífera (possivelmente um cipreste) e que simbolizava a imortalidade.

A água assume um papel fundamental no Jardim do Paraíso, uma vez que nas regiões áridas e desérticas da antiga Pérsia esta era a única forma de manter vivos e verdejantes estes "pequenos oásis".

O Chahar Bagh teve as suas origens nos espaços cultivados do oásis, sendo essencialmente um espaço agrícola, que se transformou num espaço de lazer e contemplação, sendo precursor dos Jardins Islâmicos e dos Jardins Mughal, na Índia.

Ainda hoje esta tipologia serve como fonte de inspiração na conceção de jardins, devido à sua forma ortogonal e regular e aos princípios a ela associados, que são intemporais.

E agora, ficaram a adorar tanto como eu, este pedaço de história?

Prometo que trarei mais post acerca da história dos jardins, temática que me é muito querida.

Por hoje é tudo e aproveito para vos desejar uma boa noite de S. Pedro!!!!




 
Cuca

 
Fico à espera do seu comentário!!! Feel free...






Here I am again


Firstly, my apologies for the "absence", but there is not always time enough for everything we want to do, and suddenly we realize that something was a little behind ... was unintentional and I'll try not to do so ... thank you for your understanding.Well, this said, I'm back!

And this time I want to start at the beginning:

All landscapers begin their training by analyzing the landscape and the history of the garden, as an area of ​​landscaped leisure.

And beginning with this last one, I really want to talk about the Chahar Bagh.Now most of you are thinking "she snapped and she'll speak Arabic!"
None of that!

Let´s talk a little about the origin of the gardens.

The English word Paradise originated in ancient Persian word pairidaeza ("Pairi" = around and "daeza" = wall) and meant walled garden. This designation appears referenced in Persia (now called Iran) as early as 401 BC.The word paradise just entered the western language to designate a walled garden, Persian style, with clumps of trees and bushes garden - as if it were, the ideal and eternal garden. The Paradise Garden was in it´s essence, a geometric space, square, surrounded by walls, crossed by four channels of water that symbolize the four rivers of life and containing (theoretically) all the fruits of the earth (Jellicoe, 2004).

To this typology was given the name of Chahar Bagh. (I confess that I ADORE saying this word ...)

The word itself means "four gardens" and applies whenever we have a garden divided into smaller spaces. Each of these spaces is designated chenar and works like a raised bed. At the intersection between the four rivers of life we can find chabutra - a pavilion, a water tank or a tomb (as in the case of the Taj Mahal).
Each of the above elements always appear in a higher position to waterways and in the case of the water tank, it functions as a distribution source of that water.
 
 


 
 

Curious it 's that traditional Persian rugs are representations of this type of garden, with its profusion of colors and plants, including fruit trees and flowers (which features roses, much appreciated by the Persians, especially in cooking). Another elemento presente in these rugs and Persian gardenswas the Moon Tree, designed as a conifer (possibly cypress) and which symbolized immortality. Water plays a key role in the Paradise Garden, since in arid and desert regions of ancient Persia it was the only way to maintain alive and verdant these "little oasis".

The Chahar Bagh had its origins in the cultivated areas of the oasis, being essentially an agricultural area, which became a place of leisure and contemplation, being a precursor of Islamic Gardens and the Mughal Gardens in India.

Even today, this typology serves as a source of inspiration in the design of gardens, due to its orthogonal and regular basis and it´s associated principles, that are timeless.

And now, do you love this piece of history as much as I do?

I promise I will bring more post about the history of the gardens, a theme that is so dear to me.

This is all for today and I take the opportunity to wish you a good St. Peter's night!!


Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...